Minha “tagarelice” acabou enquanto tomávamos sorvete. Ele parecia debochar de mim enquanto olhava eu me sujar toda com apenas uma casquinha de sorvete. Precisei usar seis guardanapos antes de terminar e desistir de limpar, eu não conseguia acertar o lugar da minha boca. Mesmo assim o sorvete estava muito bom.
– Ainda está sujo. – disse ele, agora rindo abertamente.
– Mas que droga eu não consigo comer uma casquinha sem me lambuzar. Onde está sujo?
– Deixa que eu limpo – ele ainda ria de mim, mas um calafrio percorreu o meu corpo enquanto ele passava o guardanapo no canto da minha boca.
Enquanto íamos para minha casa, eu ia ficando com medo do que meu pai iria dizer e do que ele iria cobrar do marcos.
– Você precisa ficar calma isso não é nada demais – segui seu olhar e percebi que minha mão estava tremendo.
– Tudo bem. Caso alguma coisa dê errado eu só preciso dizer que terminei, não é?
– Claro, a gente podia até simular uma briga. Ia ser muito engraçado!
– Você transforma tudo em piada...
– Nem tudo... – seu tom brincalhão sumiu de repente, olhei para ele e percebi que estava tocando sua cicatriz na testa e olhando-a no retrovisor.
– Desculpe.
Tínhamos acabado de chegar à minha casa. Saímos do carro. Tentei respirar fundo, não consegui. Ele me deu o braço e tocou a campainha.
Sussurrou no meu ouvido:
– Calma.
“Como se isso ajudasse” – Pensei.
Minha mãe atendeu a porta.
– Eles chegaram! – gritou ela para meu pai – Minha filha, porque você não me contou que tinha um namoradinho? Quanto tempo faz?
– Pouco, mãe. Uma semana.
– Uma semana é muito tempo quando se é jovem... Boa noite, rapaz. Como é o seu nome?
– Marcos, muito prazer senhora – disse ele só agora lembrando que não sabia o nome dela.
Meu pai chegou à porta. Ele até que parecia estar de bom humor.
– Entre, rapaz, eu quero ter uma conversa com você.
Enganei-me.
Entramos, agora de mãos dadas. Soltei-o quando sentamos-nos à mesa de jantar.
– Eu não vou proibir, eu não vou brigar. Só quero que saiba que se vai namorar minha filha é melhor gostar mesmo dela e tratá-la bem. E, para vocês dois, tenham responsabilidade. Não vão fazer nenhuma besteira, hein?
– Tudo bem, eu prometo que vamos nos comportar, e vou cuidar bem dela. – ele se virou para mim e pôs a mão sobre a minha.
– Por hoje é só, você já pode ir para casa.
– Certo. Boa noite.
Eu fui deixá-lo no carro.
– Você é um ótimo ator.
– Você que é uma ótima namorada!
Nós dois rimos. Ele me deu um abraço e um beijo na testa e foi para sua casa.
Quando eu voltei, minha mãe estava na porta me esperando. Ela não ouviu o que eu disse.
– Você está com cara de apaixonada. – cantarolou ela.
“Isso não podia acontecer” Subi calada até o meu quarto.
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Atendendo a pedidos, estou escrevendo capítulos mais longos.
Depois eu falo da minha viagem. '-'
bjo, morrendo de saudades
am'ocês, T+
May º-º