segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Capítulo 16 - Alice


Depois de alguns dias fingindo não estar namorando na escola eu me acostumei a ficar observando-os de longe. Eu sabia que não era saudável, mas eu pensava que mesmo de longe, se eu estivesse prestando atenção poderia ajudar, enquanto não estava atrapalhando. Às vezes eu tinha medo porque ele parecia tão à vontade perto deles, tinha medo de ele esquecer o caminho de volta, porque ele tinha que voltar. Mas minha infundada insegurança ia embora toda noite quando conversava com ele.
– E aí? Teve algum progresso?
– Não exatamente. Isso cansa, sabia? Ficar com pessoas de quem você não gosta e que você sabe que não gostam de você, acho que vou me afastar deles aos poucos, não estou agüentando mais...
No dia seguinte, ao chegar à escola vi Alice. Passei por ela fingindo não tê-la visto, mas ela chamou meu nome.
– Ana!
Me virei sem vontade.
– Sim?
– Queria ter uma conversinha com você.
Não podia perder essa oportunidade, apesar de querer fugir. Eu a segui sem dizer uma palavra, não sou boa atriz.
Ela parou quando estávamos atrás da cantina, não havia ninguém lá. Desejei que Marcos estivesse nos observando.
– O que está havendo entre você e o Marcos?
– Nós somos amigos – respondi roboticamente.
– Você pensa que eu sou idiota? Você acha que eu não via que você dava em cima dele quando nós estávamos namorando? O Marcos pode ser bobo, mas eu não, sei muito bem o que você pretende!
– Do que você está reclamando? Não foi por culpa minha que vocês terminaram! Você não merece o Marcos e ele não merece ser enganado! – resolvi me calar antes de soltar o resto da verdade.
Felizmente ela mudou de assunto.
– Você sabe de tudo, não é? Então me diz por que ele passa os intervalos com a gente e não com você? Já que você merece tanto isso...
“pensa rápido, pensa rápido...”
Resolvi fazer uma cena.
– Eu não sei, não sei por que ele não me quer... Eu tento agradá-lo, mas ele foge pra ficar com vocês, já estou quase desistindo... – E pus a mão no rosto como se estivesse com muita vergonha.
Acho que com isso ela desistiu. Ela estava com um falso ar amigável e pôs o braço no meu ombro.
– Eu sei como você se sente garota, mas siga meu conselho: esqueça! Ta na cara que ele não te quer e por isso não vale à pena. – E então ela se foi.
Foi a coisa mais falsa que já fiz na minha vida, afinal eu não mentia tão mal assim, pelo menos agora a Alice não se preocuparia mais comigo.


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Aos novos leitores, peço que leiam a historia desde o inicio, não esqueçam de comentar e por favor, por favor me sugiram um nome.

T+,
May °-°

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